OpenAI integra aplicativos ao ChatGPT e permite que usuários criem seus próprios apps

A OpenAI anunciou nesta segunda-feira (06/10) que diversos aplicativos foram integrados ao ChatGPT, permitindo que os usuários não precisem sair da interface conversacional para utilizá-los. 

A ferramenta agora permite que desenvolvedores criem aplicações que funcionam diretamente dentro das conversas. Com isso, convertendo o assistente em um ambiente de serviços integrados.

Esse lançamento marca uma expansão que posiciona a plataforma além de um chatbot. Com 800 milhões de usuários semanais ativos e taxa de retenção de 82%, o ChatGPT agora compete diretamente com lojas de aplicativos convencionais e marketplaces de e-commerce.

Além disso, empresas como Booking.com, Expedia, Spotify, Figma, Coursera, Zillow e Canva já disponibilizam suas aplicações dentro da ferramenta. O movimento sinaliza uma nova realidade onde marcas que não estiverem presentes neste ambiente podem se tornar invisíveis para uma parcela crescente de consumidores.

A nova dinâmica de visibilidade na internet

A OpenAI está criando um ambiente onde consumidores podem realizar tarefas completas sem sair da interface conversacional. Quando um usuário solicita recomendações de apartamentos, a ferramenta pode invocar automaticamente o aplicativo da Zillow dentro da conversa. 

Isso elimina a necessidade de navegar para sites externos ou alternar entre diferentes aplicações, aumentando a retenção na plataforma. Por sua vez, a integração utiliza o Model Context Protocol (MCP), permitindo que desenvolvedores conectem suas fontes de dados diretamente ao sistema de IA. 

Além disso, os apps podem renderizar interfaces interativas completas e executar ações específicas. Assim, criando experiências que vão além de respostas textuais.

Oportunidades de monetização e desenvolvimento

O Apps SDK, lançado em versão preview, representa uma oportunidade para desenvolvedores. A OpenAI já sinalizou que implementará sistemas de monetização futuros, incluindo integração com o recurso Instant Checkout anunciado recentemente pela empresa.

Diferentemente da GPT Store lançada anteriormente, que funcionava como uma loja separada, os novos apps aparecem organicamente nas conversas. Isso oferece distribuição superior e elimina a fricção de descoberta que limitava modelos anteriores de integração.

Enquanto isso, desenvolvedores que já possuem APIs podem adaptar seus serviços rapidamente para o novo formato. A documentação indica que as aplicações podem acessar contas existentes de usuários, permitindo experiências personalizadas e continuidade de serviço entre plataformas.

A competição no mercado de IA

Enquanto o Google Gemini e o Anthropic Claude focam em melhorias técnicas de seus modelos, a OpenAI está construindo um ambiente integrado. Com 60,4% de participação no mercado de chatbots de IA generativa nos Estados Unidos, contra 13,5% do Gemini e 3,5% do Claude, a empresa está consolidando sua posição através de uma estratégia de plataforma.

Por outro lado, o Gemini mantém vantagem na integração com serviços Google, mas permanece limitado a esse ambiente específico. Já o Claude foca em precisão técnica e capacidades de raciocínio, mas carece de integrações profundas com serviços terceiros.

Dessa forma, a estratégia da OpenAI cria barreiras de entrada para competidores. Cada novo app integrado aumenta o valor da plataforma para usuários e desenvolvedores, criando efeitos de rede que tornam mais difícil para concorrentes alcançarem paridade funcional.

As implicações para estratégias empresariais

As empresas agora enfrentam decisões sobre presença em múltiplas plataformas de IA. A capacidade da ferramenta de navegar automaticamente apps relevantes durante conversas significa que a ausência neste ambiente pode resultar em perda de oportunidades de negócio.

Nesse sentido, DoorDash, Instacart, Uber e AllTrails já confirmaram desenvolvimento de integrações. Essas empresas reconhecem que os usuários da plataforma representam um segmento valioso, com propensão a adotar novas tecnologias e realizar transações digitais.

Paralelamente, a ferramenta também permite que apps menores ganhem visibilidade através de recomendações contextuais. Quando relevante para uma conversa, pode sugerir aplicações específicas, criando oportunidades de descoberta orgânica que não dependem de investimentos em marketing.

Os desafios de privacidade e governança

O modelo levanta questões sobre acesso a dados e privacidade. Embora a OpenAI afirme que desenvolvedores devem coletar apenas dados mínimos necessários, os limites de acesso a conversas permanecem indefinidos.

Outro desafio envolve como a ferramenta escolherá entre serviços concorrentes. A empresa afirma priorizar a experiência do usuário, mas os mecanismos de seleção e a possibilidade de acordos comerciais preferenciais ainda não foram detalhados publicamente.

Simultaneamente, questões regulatórias também surgem conforme a plataforma evolui de assistente para marketplace. Diferentes jurisdições podem interpretar essa transformação como criação de uma nova categoria de plataforma digital, potencialmente sujeita a regulamentações específicas.

O futuro da integração digital

O lançamento representa mais que uma atualização técnica. Indica uma visão onde interfaces conversacionais se tornam o principal ponto de interação entre consumidores e serviços digitais, substituindo a navegação convencional por websites e aplicativos móveis.

Com projeções indicando que a OpenAI alcançará um bilhão de usuários semanais até o final de 2025, o ecossistema pode se tornar tão essencial quanto a presença em mecanismos de busca convencionais. Por fim, as empresas que não adaptarem suas estratégias para incluir essa nova realidade correm risco de perder relevância em um mercado cada vez mais mediado por inteligência artificial.

Foto de Escrito por Diego Ivo

Escrito por Diego Ivo

Diego é CEO da Conversion, agência Líder em SEO e especializada em Search. Possui mais de uma década de experiência no mercado digital e é um dos principais experts no Brasil em SEO.

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