Core Web Vitals são novas métricas de experiência do usuário que, a partir de 23 de Maio, tornam-se fatores de ranqueamento
As Core Web Vitals (ou Métricas Essenciais da Web) a partir do próximo dia 23 de Maio passarão a ser fator de ranqueamento com a chegada da mais anunciada atualização do Google de todos os tempos: o Page Experience, que já está tirando o cabelo de muita gente.
Para quem ainda não tem familiaridade com o termo que vem ganhando cada vez mais destaque quando falamos de SEO, ele se refere às novas métricas de avaliação criadas pelo Google para mensurar e classificar as experiências de navegação oferecidas por uma página:
O que são as Core Web Vitals?
Relacionadas a aspectos como velocidade de carregamento, estabilidade de layout e agilidade de interação, os novos critérios prometem elevar os padrões do que conhecemos como UX a um novo patamar de qualidade.
A exibição semanal do Google, que é conduzida por John Mueller, tem sido fonte de insights e estratégias cada vez mais importantes para a comunidade de Searchx do mundo inteiro, e nas últimas semanas tem dado bastante atenção a essas novas métricas.
Como era de se esperar, o Google Page Experience tem sido um assunto recorrente e, às vésperas de seu lançamento, programado para maio deste ano, John foi questionado sobre qual é o impacto real da distinção entre métricas “verdes” e “amarelas” no ranqueamento de páginas.
A pergunta se referia, é claro, às cores em que são expostos os resultados de avaliações de ferramentas como o PageSpeed Insights, por exemplo, onde o verde, o amarelo e o vermelho significam, respectivamente, valores bons, medianos e ruins.
Em sua resposta, Mueller disse não saber exatamente qual seria a abordagem final do algoritmo com relação à diferença entre os resultados bons e razoáveis, ou verdes e amarelos, mas trouxe uma reflexão importante sobre o peso de cada uma das novas principais métricas da web.
Métricas Core Web Vitals devem caminhar juntas
John disse, basicamente, que os fatores devem se associar para que uma página receba uma boa avaliação por parte do buscador:
“Há uma série de fatores que devem se combinar entre si e, a meu ver, a ideia geral é que possamos reconhecer que uma página atende a todos estes critérios para, então, usá-los apropriadamente no ranking de pesquisa.”
Mueller levanta uma discussão interessante a respeito da influência individual de cada uma das novas métricas a serem levadas em consideração pelo Google.
Qual será o resultado se, por exemplo, meu site tiver uma boa avaliação em Largest Contentful Paint (LCP), mas deixar a desejar em Cumulative Layout Shift (CLS)?
Neste caso, o que John nos dá a entender é que todos os três critérios devem possuir um ponto de convergência quando aliados com o objetivo de oferecer a melhor experiência de usuário possível.
Conjunto é fundamental, mas algumas métricas possuem maior valor
Apesar de deixar claro que o balanço final do buscador estará voltado ao conjunto da obra, ainda é possível deduzir que alguns fatores possuem mais importância que outros.
Mais adiante, na mesma conversa, Mueller reitera que a conformidade entre os padrões é essencial trazendo uma análise sobre o caso do protocolo SSL.
Segundo o Evangelista de Buscas do Google, se todas as avaliações de um site estiverem OK, mas este site não possuir HTTPS, então sua classificação geral será negativa.
Isso porque a navegação segura é um sinal de ranqueamento mais importante que a velocidade do site, por exemplo.
Do mesmo modo que a velocidade de carregamento é mais importante que a otimização de imagens, e por aí vai.
Melhores práticas devem considerar toda estrutura da página
As declarações de John Mueller sobre a maneira como as três novas métricas serão avaliadas pelo Google nos dá a oportunidade de adotar um novo mindset na hora de otimizar um site.
Ao invés de pensarmos em ações focadas somente em cada um dos CWVs, sendo eles os famosos LCP, FID e CLS, é necessário, mais do que nunca, ampliarmos nosso campo estratégico para técnicas voltadas à toda estrutura das páginas.
O atributo CSS font-display: swap, por exemplo, permite que o conteúdo textual de uma página seja carregado com uma fonte padrão antes de sua formatação oficial ser carregada pelo navegador.
Este atributo é uma importante prática para a otimização do Cumulative Layout Shift, muito embora a visualização mais rápida deste conteúdo também favoreça o Large Contentful Paint desta página.
Do mesmo modo, para otimizar o First Input Delay de uma página, melhorias como redução de arquivos JS e CSS, caching e utilização de protocolo HTTPS/2 são muito eficazes.
E adivinhe só que outra importante métrica elas também podem beneficiar? Isso mesmo, o tempo de carregamento do seu site!
Outro ponto de atenção fundamental é incutir neste conjunto de ações a mentalidade mobile-first, uma vez que o Google já declarou, inclusive, que a partir deste ano, sites que não tiverem suas versões móveis otimizadas serão banidos da SERP.
Para não perder de vista quais são os fatores de maior relevância, guarde na memória o resumo que o próprio Google divulgou em seu blog em formato de imagem:
O que o Google diz sobre os Core Web Vitals
No início deste mês, John Mueller deu duas declarações muito relevantes acerca do modo como o Google levará estas métricas em consideração.
Na primeira delas, ao ser questionado no Twitter se algum dos critérios teria mais peso em sites de terminadas categorias, Mueller deixou claro que o Google não diferenciará tipos de sites na hora de avaliar seus Core Web Vitals.
Para a pergunta, que se referia especificamente aos sites de notícias possuirem os maiores problemas relacionados a CLS e questionava, portanto, se para estes sites a avaliação seria mais criteriosa, a resposta foi enfática: “não, nós não diferenciamos por tipo de site ou página. No entanto, como você estará sempre competindo com sites semelhantes aos seu na pesquisa, pode-se ter essa impressão.”
Páginas não-indexáveis poderão ser levadas em conta pelo algoritmo
Alguns dias depois, no Google SEO Search Central Office-Hours do dia 05 de Fevereiro, Mueller deu a entender que, para avaliar as páginas de um site de modo geral, também são levadas em consideração páginas com a especificação noindex — ou seja, páginas que não devem ser indexadas na SERP.
Segundo John, “em muitos casos, a experiência do usuário é baseada em muito mais do que somente a página de entrada acessada. Páginas de produto / compra / checkout são bons exemplos disso. Com frequência, as pessoas acessam sites, e não páginas individuais.”
Mesmo com uma reposta deixada parcialmente em aberto, John Mueller utiliza o Chrome User Experience Report como exemplo: se existem dados sobre páginas marcadas como noindex neste relatório, isso significa que o Google pode avaliá-la em algum nível.
Neste caso, é importante certificar-se de que todas as páginas que podem ser acessadas pelo usuário estejam de acordo com as diretrizes de qualidade do Page Experience, mesmo aquelas não-indexáveis.
Esta prática deixa ainda mais evidente o posicionamento do Google de incentivar que sites sejam construídos para os seus visitantes, e não somente para os robôs.
Conclusão
As recentes declarações de Mueller confirmam uma tendência que, aqui na Conversion, há tempos vemos observando: a de que, cada vez mais, o trabalho de SEO deve estar focado em todo o site e na experiência geral que ele oferece, e não somente em pequenos pontos isolados.
O SEO Técnico, como chamados, sempre terá uma importância fundamental, mas será através de páginas cada vez mais rápidas, conteúdo de qualidade e excelentes experiências de navegação que os sites se destacarão perante o Google e seus usuários.
Acompanhe a discussão na íntegra no vídeo abaixo: