A pesquisa revelou que 87,8% das empresas americanas estão preocupadas com sua capacidade de serem encontradas na internet na era da inteligência artificial.
O estudo conduzido por Ann Smarty consultou mais de 300 profissionais de marketing e proprietários de empresas. Metade dos participantes representa marcas de comércio eletrônico, principalmente de companhias médias e grandes.
A transformação das buscas tradicionais em respostas geradas por IA tem ocorrido mais rapidamente do que o mercado esperava. Essa mudança ameaça os fundamentos de como as empresas são descobertas na internet e geram vendas. No Brasil, de acordo com a AWS, 41,9% das empresas já utilizam inteligência artificial em suas operações, com crescimento de 25% em relação ao ano anterior.
O SEO permanece essencial para a visibilidade em sistemas de IA
Os dados contradizem previsões sobre o fim do SEO e demonstram que a otimização permanece fundamental. A Conversion identificou que 54,5% das citações em AI Overviews vêm de páginas ranqueadas organicamente. Essa convergência cresceu 22,3 pontos percentuais desde maio de 2024.
Nesse contexto, o SEO tradicional continua sendo a base para a visibilidade em IA generativa. Os sites bem posicionados organicamente têm maior probabilidade de serem selecionados como fontes. Portanto, a autoridade de domínio, a qualidade de conteúdo e a estrutura técnica mantêm importância estratégica.
Paralelamente, 61,2% das empresas entrevistadas pretendem aumentar os orçamentos de SEO devido à inteligência artificial. Esses números demonstram o reconhecimento da complementaridade entre o SEO tradicional e as práticas emergentes. O mercado entende que ambas as disciplinas coexistem e se reforçam mutuamente.
A marca supera o tráfego como prioridade em respostas de IA
O estudo apresenta uma mudança nas prioridades empresariais sobre a presença digital. Três quartos das empresas (75,5%) priorizam a visibilidade de marca em respostas de IA. Essa preferência persiste mesmo sem links direcionando para seus sites.
Em contrapartida, apenas 14,3% das empresas focam em ser citadas como fonte geradora de tráfego. Essa transformação reflete o reconhecimento de que a presença em respostas de IA constrói autoridade. A exposição repetida influencia as decisões de compra independentemente de cliques imediatos.
Assim, a mudança de foco representa uma evolução na compreensão do valor digital. As empresas valorizam o impacto de longo prazo da presença consistente em respostas de IA. Essa estratégia reconhece que a construção de marca transcende as métricas tradicionais de tráfego.
GEO surge como conceito acadêmico para a nova era das buscas
O termo Generative Engine Optimization (GEO) originou-se em novembro de 2023 através da pesquisa acadêmica de Princeton, Georgia Tech, Allen Institute e IIT Delhi. Os pesquisadores formalizaram esse paradigma para ajudar criadores de conteúdo a melhorar a visibilidade em mecanismos generativos. O estudo demonstrou que os métodos de GEO podem aumentar a visibilidade em até 40%.
Por sua vez, a nomenclatura acadêmica reflete um fenômeno novo na evolução das buscas digitais. Enquanto o SEO otimiza conteúdo para algoritmos baseados em palavras-chave e links, o GEO aborda a complexidade dos modelos de linguagem. Esses sistemas sintetizam informações de múltiplas fontes para gerar respostas contextualizadas.
Além disso, a pesquisa indica que 49% dos profissionais preferem “SEO para IA”, enquanto 41% adotam “GEO”. Essa divisão reflete perspectivas diferentes sobre a transformação. Contudo, o termo acadêmico captura melhor a expansão do campo, não apenas uma adaptação técnica.
Bilhões em investimentos sinalizam corrida tecnológica irreversível
O Alphabet anunciou US$75 bilhões em infraestrutura de IA para 2025. As estimativas apontam US$85 bilhões incluindo projetos relacionados. Esse montante responde diretamente à competição com a OpenAI e a Anthropic.
Enquanto isso, a OpenAI alcançou avaliação de US$500 bilhões em outubro de 2025. A Anthropic completou financiamento de US$13 bilhões, atingindo avaliação de US$183 bilhões. Ambas permanecem privadas, permitindo flexibilidade estratégica superior.
No Brasil, 67% das empresas consideram a IA prioridade estratégica para 2026. Com 89% esperando aceleração de crescimento, o país demonstra alinhamento global. Essa convergência de investimentos confirma a transformação irreversível do ecossistema digital.
As métricas evoluem para capturar a complexidade do novo cenário
A convergência entre AI Overviews e resultados orgânicos estabelece um paradigma diferente para o marketing digital. As métricas tradicionais como posição e CTR precisam incorporar indicadores de presença em IA. O Google Search Console ainda não distingue o tráfego de AI Overviews da busca tradicional.
Nesse sentido, a medição em GEO considera o comprimento de citações, o posicionamento em respostas e a diversidade de menções. Essas métricas multifacetadas refletem a complexidade das respostas generativas. As empresas desenvolvem competências híbridas atendendo algoritmos de ranking e modelos de linguagem.
Consequentemente, os setores com alta convergência focam em autoridade e confiabilidade. As indústrias com baixa sobreposição exploram estratégias distintas. A coexistência do SEO tradicional com a otimização para IA torna-se imperativa para a competitividade.
A expansão do SEO incorpora o GEO sem eliminar os fundamentos
O receio de 87,8% das empresas sobre serem encontradas nas buscas reflete uma incerteza compreensível. Porém, os dados demonstram que o SEO expande para incorporar novas dimensões. O GEO representa essa expansão, não a substituição de princípios estabelecidos.
“Não conseguir que meu negócio seja encontrado na internet” lidera as preocupações empresariais. Contudo, a convergência crescente entre orgânico e IA sugere continuidade. Os sites com presença orgânica forte mantêm vantagem competitiva no novo ambiente.
Por fim, a transformação exige adaptação estratégica sem abandono de práticas comprovadas. As empresas combinando excelência em SEO com técnicas de GEO estarão melhor posicionadas. O futuro pertence àqueles que entenderem essa evolução como oportunidade de expansão.