Below the Fold é a área de uma página web visível apenas após a ação de rolagem do usuário
Below the Fold é a área de uma página web visível apenas após a ação de rolagem do usuário. Embora o conteúdo inicial, acima da dobra, precise capturar a atenção, é neste espaço subsequente que a jornada do usuário se aprofunda. Compreender sua função é determinante para o desempenho de qualquer ativo digital, transformando a rolagem de uma simples ação em um ato de engajamento.
A relevância desta área impacta diretamente a experiência do usuário (UX) e a otimização da conversão. A forma como o conteúdo é estruturado após a dobra pode sustentar ou quebrar o interesse do visitante. Essa dinâmica é complexa ao considerarmos as diferenças de comportamento entre usuários de desktop e mobile, que exigem abordagens de design distintas.
Otimizar o conteúdo Below the Fold envolve mais do que apenas preencher espaço; requer estratégia de storytelling e o posicionamento inteligente de chamadas para ação (CTAs). A análise de métricas como a profundidade de rolagem é fundamental para guiar esses ajustes. Por fim, a qualidade e a estrutura deste conteúdo são fatores que influenciam o desempenho em SEO, sinalizando aos buscadores a autoridade e a profundidade da página.
Qual a definição de Below the Fold?
O termo Below the Fold, ou “abaixo da dobra” em tradução literal, tem sua origem na imprensa. Ele se referia ao conteúdo de um jornal que só era visível quando o leitor o desdobrava. No ambiente digital, o conceito foi adaptado para descrever toda a área de uma página web que um usuário só consegue visualizar após realizar uma ação de rolagem (scroll).
Em essência, a “dobra” é a linha imaginária na parte inferior da tela que delimita o conteúdo visível sem qualquer interação. Tudo o que está imediatamente acessível ao carregar a página é considerado Above the Fold. O conteúdo Below the Fold, por sua vez, constitui o restante da página, uma área que, segundo análises de mercado, pode representar de 50% a 70% do conteúdo total de uma página web.
É fundamental entender que a dobra não é uma medida fixa. Sua posição varia significativamente dependendo do dispositivo, da resolução da tela e da orientação (vertical ou horizontal) utilizada pelo usuário. Por essa razão, a abordagem sobre o que fica abaixo da dobra deve ser fluida e estratégica, sendo um conceito fundamental para profissionais de marketing e design, detalhado no glossário de SEO da Conversion.
Por que Below the Fold é importante para UX e conversão?
A área Below the Fold é um componente essencial para a profundidade da experiência do usuário (UX) e para a jornada de conversão. Enquanto a seção acima da dobra serve para capturar a atenção inicial, é abaixo dela que o argumento de valor é construído, a confiança é estabelecida e as principais objeções do usuário são tratadas em detalhe.
Contrariando a noção antiga de que usuários não rolam a página, o comportamento moderno indica o oposto, especialmente em dispositivos móveis. No entanto, dados mostram que 66% dos usuários abandonam páginas sem realizar qualquer rolagem. Isso reforça a necessidade de um “Above the Fold” impactante, que funcione como um convite claro e persuasivo para explorar o conteúdo que existe abaixo.
A importância estratégica dessa área é validada por métricas de visibilidade: enquanto o conteúdo acima da dobra atinge em média 73% de viewability, a área abaixo da dobra retém 44%. Este é um percentual significativo, que representa uma oportunidade importante para engajar e convencer o usuário, influenciando diretamente as taxas de conversão.
Como Below the Fold difere entre desktop e mobile?
A distinção entre a experiência desktop e mobile é fundamental para qualquer estratégia de conteúdo digital, e a percepção da dobra é um dos pontos centrais dessa diferença. O comportamento do usuário e as premissas do design responsivo alteram completamente a forma como o conteúdo Below the Fold é consumido e deve ser planejado.
Comportamento do usuário mobile vs desktop
A interação com a rolagem é diferente entre as plataformas. Em dispositivos móveis, o ato de deslizar o dedo pela tela é um gesto primário, quase instintivo. Dados de mercado apontam que usuários mobile são 30% mais propensos a rolar a página do que usuários de desktop. Essa fluidez torna a transição do “Above” para o “Below the Fold” mais natural e esperada no ambiente móvel.
No desktop, a rolagem exige uma ação mais deliberada, seja pelo scroll do mouse ou pelo trackpad. O usuário tende a ser mais seletivo, motivado pelo interesse gerado no primeiro impacto visual. Considerando que 55% de todo o tráfego web atualmente é proveniente de dispositivos móveis, otimizar a continuidade e o fluxo de conteúdo para essa plataforma é uma prioridade fundamental para uma boa experiência do usuário.
Design responsivo e adaptação da dobra
O design responsivo vai além de simplesmente reajustar o tamanho dos elementos. Ele exige uma readequação estratégica do conteúdo. A dobra em um monitor widescreen de desktop está em uma posição muito diferente da dobra em um smartphone na vertical. O que está acima da dobra no desktop pode estar bem abaixo no mobile.
Essa adaptação obriga os designers e estrategistas a priorizarem informações de forma hierárquica para cada contexto. Elementos visuais que no desktop servem como guias para a rolagem precisam ser repensados para o mobile, garantindo que o usuário entenda que há mais conteúdo valioso a ser explorado. A dobra, portanto, deixa de ser uma linha fixa para se tornar uma zona de transição que precisa ser cuidadosamente desenhada.
Quais métricas acompanhar para Below the Fold?
Para avaliar a eficácia da área Below the Fold, não basta analisar apenas a conversão final. É preciso monitorar métricas específicas que revelam o nível de engajamento do usuário com o conteúdo disposto após a primeira visualização. Essas métricas fornecem diagnósticos precisos sobre o que funciona e o que precisa ser otimizado.
Scroll depth e engagement
A profundidade de rolagem (scroll depth) é a principal métrica para essa análise. Ela mede, em percentual, até que ponto da página os usuários estão rolando. Um scroll depth de 25% já é considerado um bom indicador de engajamento inicial, mostrando que o conteúdo acima da dobra cumpriu seu papel de despertar interesse.
O engajamento, por sua vez, complementa essa análise. Métricas como o tempo gasto na página, cliques em elementos específicos (como vídeos ou acordeões) e a taxa de interação com CTAs intermediários localizados Below the Fold fornecem uma visão qualitativa. A combinação de alta profundidade de rolagem com alto tempo na página indica que o conteúdo não está apenas sendo visto, mas também consumido.
Ferramentas para monitoramento
Para coletar e analisar esses dados, o uso de ferramentas especializadas é indispensável. Plataformas de web analytics, como o Google Analytics 4, permitem configurar o acompanhamento de scroll depth como um evento padrão. Isso possibilita a criação de relatórios detalhados para entender o comportamento em diferentes segmentos de usuários.
Ferramentas de mapa de calor (heatmaps), como Hotjar ou Microsoft Clarity, oferecem uma visualização clara. Elas geram mapas de rolagem que mostram com cores a porcentagem de usuários que alcançou cada seção da página. A análise desses mapas revela pontos de abandono e ajuda a identificar “falsas bases” no design, que podem impedir o usuário de continuar a exploração.
Como otimizar conteúdo Below the Fold para conversão?
A otimização da área Below the Fold é um exercício de narrativa e design focado em guiar o usuário por uma jornada de convencimento. O objetivo é manter o interesse gerado acima da dobra e transformá-lo em uma ação de valor. Isso é alcançado por meio de estratégias de conteúdo, design e posicionamento de chamadas para ação.
Estratégias de Call-to-Action
É um erro comum concentrar todos os CTAs (Call-to-Action) na área Above the Fold. A otimização para conversão exige que os CTAs sejam posicionados estrategicamente ao longo de toda a página. Um usuário que rolou até a metade do conteúdo está mais engajado e possivelmente mais preparado para converter do que aquele que acabou de chegar.
Posicione CTAs contextuais após seções que apresentam um benefício claro ou resolvem uma dúvida importante. Utilize também CTAs secundários, que ofereçam uma ação de menor compromisso, como baixar um material ou se inscrever em uma newsletter. Barras fixas (sticky bars) no topo ou rodapé da página também garantem que um ponto de conversão esteja sempre visível, independentemente da profundidade da rolagem.
Técnicas de storytelling e flow
O conteúdo Below the Fold deve contar uma história. A estrutura precisa ter um fluxo lógico que comece com a apresentação de um problema, desenvolva com a apresentação de uma solução, valide com provas sociais (depoimentos, estudos de caso) e conclua com uma chamada para ação clara. Esse encadeamento narrativo mantém o usuário engajado.
Para sustentar esse fluxo, utilize elementos visuais que incentivem a rolagem. Setas, linhas-guia, quebras de seção com imagens ou vídeos e o uso inteligente de espaços em branco evitam a monotonia de blocos de texto contínuos. A ideia é criar um “caminho visual” que direcione o olhar do usuário para baixo, tornando a exploração da página uma experiência fluida e intuitiva.
Impacto de Below the Fold no SEO
O conteúdo localizado Below the Fold tem um impacto significativo e direto nas estratégias de SEO. Os algoritmos dos mecanismos de busca, como o Google, analisam a totalidade do conteúdo de uma página para determinar sua relevância, autoridade e qualidade. Uma área abaixo da dobra bem estruturada é fundamental para o bom desempenho orgânico.
É nesta seção que se aprofunda o tema principal, permitindo a inclusão de palavras-chave secundárias, entidades semânticas relacionadas e respostas a perguntas subsequentes do usuário. Essa riqueza de conteúdo sinaliza ao Google que a página é uma fonte completa e detalhada sobre o assunto, o que é um fator importante em atualizações como o Helpful Content System. Um bom trabalho de SEO passa, necessariamente, por um conteúdo aprofundado.
Além disso, um conteúdo Below the Fold engajante melhora as métricas de comportamento do usuário, como tempo de permanência e profundidade de rolagem. Esses são sinais positivos de experiência do usuário que o Google utiliza para avaliar a qualidade da página. Páginas que retêm e satisfazem o usuário tendem a obter melhor posicionamento nos resultados de busca.
Erros comuns com Below the Fold
Muitas páginas não aproveitam o potencial da área Below the Fold por conta de erros de design e de estratégia de conteúdo. Identificar e corrigir essas falhas é um passo fundamental para melhorar tanto a experiência do usuário quanto a taxa de conversão.
Um dos erros mais importantes é o “falso rodapé” (false bottom). Trata-se de um elemento de design, como uma faixa horizontal ou uma mudança brusca de cor, que sinaliza visualmente o fim da página, quando na verdade ainda existe conteúdo abaixo. Isso interrompe a rolagem e leva a uma alta taxa de abandono naquela seção específica.
Outras falhas comuns incluem a criação de “muros de texto” — longos blocos de texto sem formatação, imagens ou respiros visuais —, que desestimulam a leitura. A ausência total de CTAs intermediários e a apresentação de conteúdo que não se conecta de forma lógica com o que foi prometido acima da dobra também comprometem severamente o desempenho da página.
Ferramentas e testes para Below the Fold
A otimização contínua da área Below the Fold depende de um ciclo de análise, hipótese, teste e mensuração. Para executar esse processo, diversas ferramentas são essenciais para coletar dados quantitativos e qualitativos sobre o comportamento do usuário.
Ferramentas de mapas de calor e de gravação de sessão, como Hotjar, Clarity e Crazy Egg, são fundamentais para a fase de análise. Elas permitem visualizar até onde os usuários rolam, onde clicam e como interagem com a página, revelando pontos de atrito e oportunidades de melhoria de forma visual e intuitiva.
Com base nessas análises, plataformas de Teste A/B, como Google Optimize, Optimizely ou VWO, permitem validar hipóteses. É possível testar diferentes layouts, novos posicionamentos de CTA, textos alternativos ou a inclusão de novos blocos de conteúdo (como vídeos ou depoimentos) e medir estatisticamente qual versão gera mais engajamento e conversões, garantindo que as decisões sejam baseadas em dados.