Novo estudo também mostra que 87% dos americanos leem os resumos de IA nos resultados de busca.
Segundo pesquisa exclusiva da Centerfield divulgada pela Search Engine Land, 87% dos adultos americanos já leem resumos gerados por inteligência artificial em resultados de busca, enquanto 84% utilizam ferramentas de IA durante sua jornada de compra.
A velocidade dessa adoção surpreende pela abrangência geracional. Diferentemente de outras tecnologias que inicialmente se concentram em faixas etárias específicas, a IA conquistou consumidores de todas as idades, indicando assim uma mudança na forma como as pessoas pesquisam produtos e tomam decisões de compra.
No Brasil, por outro lado, os números são ainda mais expressivos. A Pesquisa da Conversion em parceria com a ESPM mostra que 93% dos brasileiros já utilizaram ferramentas de inteligência artificial, sendo que metade faz uso diário dessas tecnologias.
Como consumidores utilizam IA nas compras
A pesquisa americana detalha as principais aplicações da inteligência artificial no processo de compra, revelando padrões interessantes de uso. Obter respostas para dúvidas sobre produtos lidera com 46% dos usuários, seguido por comparação entre produtos e marcas (35%) e recomendações personalizadas (35%).
Além disso, 29% dos consumidores utilizam IA para resumir avaliações de outros clientes, enquanto o mesmo percentual busca os melhores preços e ofertas através dessas ferramentas. Esses dados revelam que a tecnologia não substitui etapas da jornada de compra, mas as otimiza e acelera de forma significativa.
O comportamento dos usuários em relação aos resumos de IA também apresenta nuances importantes. Enquanto 50% leem o resumo mas buscam informações adicionais em outras fontes, 41% clicam nos links das fontes originais após ler o resumo. Por outro lado, apenas 34% se contentam exclusivamente com a informação sintetizada pela inteligência artificial.
Expansão natural do ecossistema de buscas
A integração da IA nas buscas representa uma evolução natural do comportamento digital, não uma ruptura. Nesse contexto, os dados mostram que 89% dos adultos americanos utilizam ferramentas de IA ou chatbots, indicando que essas tecnologias se tornaram complementares aos mecanismos de busca tradicionais.
Essa expansão cria um ecossistema mais complexo e diversificado. Enquanto o Google mantém sua posição dominante, plataformas como ChatGPT, Perplexity e outras ferramentas de IA generativa passam a compor o mix de fontes de informação dos consumidores. Com isso, a jornada de descoberta de marcas e produtos se multiplica em diferentes pontos de contato.
A consequência direta dessa transformação é a necessidade de orquestração estratégica entre múltiplos canais. Dessa forma, empresas precisam garantir presença consistente não apenas nos resultados tradicionais de busca, mas também nas respostas geradas por inteligências artificiais.
GEO como urgência estratégica
O crescimento acelerado da adoção de IA pelos consumidores transformou o Generative Engine Optimization (GEO) de tendência futura em necessidade presente. Diferentemente do SEO tradicional, que foca na otimização para mecanismos de busca, o GEO concentra-se em fazer com que as inteligências artificiais citem e recomendem marcas em suas respostas.
A urgência dessa adaptação fica evidente quando consideramos que o tráfego originário de plataformas de IA cresceu 527% nos Estados Unidos entre janeiro e maio de 2025. No Brasil, inclusive, empresas que implementaram estratégias de GEO reportam aumentos significativos na visibilidade em ferramentas como ChatGPT e Gemini.
A implementação do GEO requer abordagem técnica específica, que inclui estruturação de conteúdo em formatos que facilitam a extração de informações pelas IAs, uso de schema markup detalhado e criação de respostas diretas para perguntas frequentes dos consumidores.
Implicações para o comércio digital
A transformação no comportamento de busca e compra cria desafios e oportunidades para o comércio digital. Nesse cenário, marcas que conseguem posicionamento adequado em respostas de IA ganham vantagem competitiva significativa, enquanto aquelas ausentes dessas plataformas enfrentam invisibilidade crescente.
O fenômeno também altera a dinâmica de descoberta de produtos. Consumidores passam a confiar em recomendações personalizadas geradas por IA, que consideram histórico de compras, preferências declaradas e padrões comportamentais. Essa personalização em escala representa oportunidade para empresas que souberem alimentar adequadamente os algoritmos com informações relevantes.
Preparação para o futuro híbrido
A pesquisa indica que o futuro das buscas será híbrido, combinando mecanismos tradicionais com ferramentas de IA. Portanto, empresas precisam desenvolver estratégias que contemplem ambos os ecossistemas, sem abandonar práticas consolidadas de SEO enquanto incorporam técnicas de GEO.
A velocidade de adoção da IA pelos consumidores, tanto americanos quanto brasileiros, demonstra que essa transformação não é gradual. Por isso, empresas que aguardarem maior maturidade do mercado podem perder janelas importantes de posicionamento. A implementação de estratégias de presença em IA deve começar imediatamente, mesmo que de forma experimental.
O cenário atual representa uma expansão das buscas onde a inteligência artificial adiciona uma camadas de personalização e eficiência ao processo de descoberta e decisão de compra. Dessa forma, marcas que compreenderem essa evolução e se adaptarem rapidamente terão vantagem competitiva sustentável no novo ecossistema digital.
