Páginas criadas com baixo esforço, pouca originalidade ou sem benefícios para os visitantes serão classificadas como conteúdo de baixa qualidade pelos avaliadores do Google.
O Google sempre se mostrou preocupado em remover sites de baixa qualidade dos resultados de busca. Isso tem ficado cada vez mais evidente com o foco em conteúdo útil presente em todos os Core Updates desde agosto de 2024.
Porém, uma mudança recente nas diretrizes para avaliadores demonstra um foco em um tipo específico de conteúdo.
Antes, uma página de menor qualidade era aquela que tinha “um propósito nocivo ou se for projetada para enganar as pessoas sobre seu verdadeiro propósito e quem é responsável pelo conteúdo da página“.
Agora, com a nova diretriz, o Google também classifica como conteúdo de baixa qualidade “se a página foi criada para beneficiar o dono do site (por exemplo, para ganhar dinheiro) com muito pouco ou nenhum esforço para beneficiar os visitantes do site ou servir a qualquer outro propósito útil“.
O Google irá recompensar esforço e originalidade
A partir de agora, o Google começa a levar em conta se existem evidências de que o conteúdo das páginas é indistinguível de outros conteúdos. E oferece vantagens em relação aos conteúdos concorrentes. E claro, se esse conteúdo respeita o EEAT do Google.
Em outras palavras, se o conteúdo traz algo novo ou é apenas mais do mesmo. Os avaliadores de qualidade agora são incentivados a julgar não apenas o conteúdo, mas a intenção por trás dele.
Páginas criadas apenas para monetização, sem benefício para os usuários, devem receber a classificação mais baixa. Este movimento sinaliza a intenção do Google de refinar sua capacidade de eliminar conteúdo de baixa qualidade com base na experiência do usuário.
E o conteúdo de baixo esforço ou sem originalidade agora é apontado como justificativa para a classificação mais baixa. Isso demonstra que os algoritmos do Google estão cada vez mais focados em destacar conteúdos com níveis mais altos de originalidade.
Conteúdos que não adicionam valor distintivo em relação aos concorrentes podem ter dificuldades nos resultados de busca. E isso acende um alerta sobre conteúdos criados com IA — que em sua maioria — são apenas uma reprodução do que já existe.
As IAs não conseguem distinguir qualidade
Os modelos de linguagem das principais IAs do mercado não permitem que elas criem conteúdos originais. Os LLMs utilizados pelas inteligências artificiais generativas são treinados através do conteúdo disponível na internet. E – na maioria dos casos – não há distinção de qualidade.
Os LLMs são reprodutores, não criadores
É preciso lembrar que os modelos de linguagem não tem um entendimento semântico real. Ou seja, eles são incapazes de criar algo novo. Eles são, na prática, ótimos reprodutores de conhecimento, mas sem nenhum entendimento daquilo que estão reproduzindo.
É importante pontuar que os modelos de linguagem utilizam dados qualitativos. Porém, pela necessidade de consumir conteúdo em escala, a grande maioria dos dados será quantitativo ao invés de qualitativo. Ou seja, é a quantidade vencendo a qualidade.
Em outras palavras, os LLMs não são capazes de distinguir entre conteúdo bom e ruim. Por consequência, o resultado das suas produções será a mediocridade. Aquela produção boa o suficiente para não ser considerada ruim mas ainda insuficiente para ser um conteúdo bom.
A curva de qualidade do conteúdo online
A curva de conteúdo pré expansão das IAs generativas era bastante simples de ser entendida e pode ser facilmente representada pela curva de sino
Conteúdos de baixa qualidade
Na esquerda, ficavam os conteúdos ruins. Eram aqueles spams automáticos, feitos muitas vezes para manipular os mecanismos de busca. Totalmente sem valor e comumente descartados pelo Google, principalmente depois das atualizações de algoritmo e o foco da plataforma em EEAT.
Porém, com as novas diretrizes, novas características estão sendo adicionadas aos “conteúdos de baixa qualidade”.
Conteúdos medíocres
No meio, está o que chamei de conteúdos medíocres. Como o próprio nome sugere, são os conteúdos medianos. Aqueles normalmente escritos por freelancers mal pagos ou estagiários — e agora, por IA. E não costuma haver muito valor nesses conteúdos.
Mas como a imagem mostra, eles são a maioria esmagadora dos conteúdos encontrados dentro dos motores de busca. E como mostrarei adiante, essa curva tende a se tornar ainda maior.
Conteúdos bons e excelentes
Por fim, à direita, estão os conteúdos bons e excelentes. Esses conteúdos são gratuitos, fáceis de encontrar e estão publicados nos sites mais respeitados dos seus respectivos segmentos.
São os conteúdos dos sites de maior autoridade e que aparecem de maneira orgânica no topo das principais buscas do Google. Eles atendem os requisitos do EEAT e são planejados de maneira estratégica. E acima de tudo: são conteúdos originais.
O “bom suficiente” é o novo conteúdo de baixa qualidade
Estamos presenciando um crescimento na produção e divulgação de conteúdos medíocres. E por medíocre, uso o sentido literal da palavra – me referindo a conteúdos medianos. O famoso “bom suficiente”.
Porém, como o Google demonstrou com as suas novas diretrizes, o “bom suficiente” já não basta (nunca bastou para quem se compromete com a excelência).
Hoje, mais do que nunca, é preciso produzir conteúdos excelentes e originais, que ocupem a parte direita da curva. Esse tipo de conteúdo, como o próprio Google já indicou, exige mais esforço. Sim, criar conteúdos assim é difícil, demorado e, sobretudo, caro.
Como reagir às novas diretrizes do Google?
Antes de tudo, é importante entender as diretrizes do Google e o papel da originalidade em tudo que é produzido. Cada vez mais, a qualidade do conteúdo é mais importante do que a quantidade de conteúdo produzido.
Muitos redatores produzem conteúdo baseado no que está ranqueando bem e reproduzem isso, por acreditarem que é isso que o Google quer. As novas diretrizes deixaram claro que é fundamental pensar no que você pode fazer para tornar seu conteúdo mais original antes de reproduzir o que já existe e faz sucesso.