Após trazer como fator de ranqueamento para celular em agosto, a partir de fevereiro métricas valerão também para desktop
Fatores como velocidade de carregamento, boa responsividade mobile e navegação segura fazem parte dos objetivos de uma boa estratégia de SEO há muito tempo. Desde o lançamento do Google Page Experience, passaram a ser fator novo fator de ranqueamento primeiro no celular e, agora, serão também no desktop. A chegada ao desktop não deve ter grande impacto, já que o Google indexa primeiro a versão do celular.
A experiência do usuário (UX), como chamamos o conjunto de parâmetros relacionados a como um visitante interage com um site, ganhou importância como uma consequência natural do amadurecimento da indústria e do próprio comportamento das pessoas na internet.
O Google Page Experience, anunciado para ir ao ar em meados de Junho de 2021, coloca este conceito em uma nova dimensão: UX será um novo fator de ranqueamento e deixa de ser fundamental apenas para o usuário, mas também torna-se determinante para os algoritmos.
Os principais itens a serem levados em conta a partir de agora são:
- Tempo de carregamento para preenchimento do maior conteúdo da página, imagem ou texto (abaixo de 2,5 segundos);
- Responsividade da página, ou seja, tempo de resposta para ações do usuário (abaixo de 100 milisegundos)
- Evitar itens que “saltem” ou troquem de posição na página;
- Uso de protocolo HTTPS (já era importante e agora fica ainda mais);
- Ausência de anúncios intrusivos;
Nas próximas linhas deste conteúdo falarei sobre como adequar seu site ao Google Page Experience e o que fazer até a sua estreia.
O que é o Google Page Experience?
O Google Page Experience é um conjunto de sinais que medem como os usuários percebem a experiência de interagir com uma página da Web, indo além do valor puro das informações e qualidade do conteúdo.
Fazem parte da experiência de página os Core Web Vitals (Métricas essenciais da web): um conjunto de métricas que medem a experiência do usuário no mundo real para interações como desempenho de carregamento (LCP ou Largest Contentful Paint), interatividade (FID ou First Input Delay) e estabilidade visual da página (CLS Cumulative Layout Shift); falaremos adiante sobre cada uma dessas novas métricas (LCP, FID e CLS).
Esse conjunto de métricas-chave foi criado com o objetivo de ampliar a qualidade de avaliação do Google sobre os sites que aparecem em sua página de resultados.
Todos esses aspectos são 100% voltados a como os próprios usuários percebem suas experiências de interação com os sites em que navegam.
Elas levam em consideração, por exemplo, que dificuldade alguém pode ter para encontrar uma informação crucial dentro de uma página, ou como uma intervenção indesejada de layout pode atrapalhar um processo de compra.
A junção dos Core Web Vitals com as já existentes orientações do Google para uma boa avaliação de UX resultaram no update Google Page Experience.
Quais são as métricas de avaliação do Page Experience?
Como citamos acima, há 3 métricas principais: LCP (Largest Contentful Paint), FID (First Input Delay) e CLS (Cumulative Layout Shift).
Dos três novos critérios desenvolvidos para o aperfeiçoamento do algoritmo, o mais inovador é o Cumulative Layout Shift.
O que é Cumulative Layout Shift (CLS) e como melhorá-lo?
O CLS mede a estabilidade visual do layout.
Para fornecer boa experiência para o usuário, ele deve estar sempre abaixo de 0,1.
Esta nova regra veio para “fiscalizar” a estabilidade de um layout enquanto sua página é carregada e/ou rolada.
Por exemplo: se o layout da página se move erraticamente, botões importantes flutuam ou informações mudam de lugar de maneira desnecessária, a experiência de navegação nesta página é profundamente afetada de modo negativo.
Abaixo, um gif publicado pelo Google exemplifica como uma flutuação inconveniente de layout pode atrapalhar uma experiência de compra.
Esta métrica merece uma atenção especial de sites que possuem muitos anúncios, como sites de notícia.
Para que seu CLS não fique prejudicado por scripts de terceiros, é muito importante ter um espaço reservado para estes anúncios.
Isto impede que o navegador fique buscando pelo lugar mais adequado para renderizá-los enquanto a página carrega, acarretando mudanças de posicionamento inconvenientes.
Outra dica valiosa é sempre estipular medidas para altura e largura das mídias como imagens e vídeos. Ajudar o navegador a saber antecipadamente qual espaço elas utilizarão dentro de uma página também otimiza seu carregamento.
Com relação aos textos, utilizar o atributo font-display: swap no CSS é um grande trunfo: este recurso define que o conteúdo textual seja previamente carregado com uma fonte padrão, ainda que o estilo de fonte determinado para ele ainda não esteja pronto para visualização.
Deste modo, o usuário leva menos tempo para ter contato com este conteúdo, otimizando não somente seu CLS, como seu LCP, o critério abordado no próximo tópico.
O que é Large Contentful Paint (LCP) e como melhorá-lo?
A nota de LCP mede o tempo que o maior conteúdo visível em uma página demora para ser totalmente carregado.
Para oferecer boa experiência a seus visitantes, sua página deve começar a carregar em até 2.5 segundos.
A velocidade de carregamento do seu site é um dos pontos mais importantes para o Page Experience.
A seguir, algumas dicas que podem ajudar seu site a melhorar sua avaliação LCP:
- Investigue se a hospedagem está prejudicando seu tempo de carregamento. Hospedagens compartilhadas, por exemplo, podem ter impacto negativo neste aspecto;
- Utilize a técnica Lazy Loading para carregar imagens: esta prática só permite que uma mídia seja carregada quando o usuário estiver rolando a página para alcançá-la. Se um visitante não chegar ao rodapé do seu site, por exemplo, as imagens que estariam lá nem chegarão a impactar seu page speed;
- Utilize cache e pré-carregamento para as partes estáticas das suas páginas;
- Utilize CDN (Content Delivery Network), como por exemplo a Cloudflare, cujo sistema de cache chega a ser melhor até mesmo que o de plugins do WordPress.
Explorar novos formatos de imagens voltados para diminuir cada vez mais o tempo de carregamento das páginas web, como o WebP, também nos dá uma perspectiva otimista para o futuro desta métrica.
O que é First Input Delay (FID) e como melhorá-lo?
Este critério é responsável pela interatividade da página.
Ele mede, especificamente, quanto tempo um site demora para responder a um comando do usuário.
Este comando por ser, por exemplo, um clique, ou a abertura de uma aba em uma página estática.
Um bom FID deve acontecer em menos de 100 milissegundos.
Para melhorar o FID do seu site, utilizar caching de navegador é muito importante.
Outras orientações que podem trazer melhorias e diminuir este tempo são:
- Utilização do protocolo HTTP/2;
- Uso de compressores de arquivo (Gzip, por exemplo);
- Reduzir o máximo possível arquivos JS e CSS;
- Não carregar JavaScript enquanto o usuário está interagindo com a página.
Mobile-Friendliness
Aqui começam os fatores de avaliação que o Google já considerava importantes antes da criação dos Core Web Vitals, citados acima.
Para uma página brigar por posições de destaque na SERP, ela deve, necessariamente, ser compatível com todos os tipos de dispositivos móveis que podem acessá-la.
Faça aqui seu teste de compatibilidade com dispositivos móveis.
Safe-browsing
É imprescindível que uma página da internet possua uma navegação sem conteúdo malicioso, como malwares, ou enganoso, como phishing.
A essa navegação sem “empecilhos”, chamamos safe-browsing.
Veja aqui como saber se o seu site tem problemas com a segurança de navegação com o Search Console.
HTTPS
Você compraria um produto de um site que seu navegador acusa ser perigoso? Conexão segura é um dos mais importantes fatores, tanto para buscadores quanto para usuários.
Descubra na central de ajuda do Chrome como identificar o que é uma conexão segura.
Intrusive interstitials
Quando banners ou pop ups impedem que seu usuário chegue à informação que ele está buscando em determinada página, ele tende a abandonar a navegação antes de encontrá-la.
Saiba que esses elementos invasivos — ou intersticiais intrusivos — são um fator negativo de avaliação para os algoritmos de pesquisa.
O esqueleto geral do Page Experience, deste modo, ficará da seguinte forma:
Como me preparar para esta atualização?
O anúncio do Google Page Experience, feito em maio de 2020 e que vai acontecer em Junho de 2021, teve como objetivo fornecer tempo o suficiente para que os profissionais de SEO e donos de sites pudessem se adequar às mudanças.
Para que toda a comunidade de search também pudesse extrair o máximo das (não tão) novas orientações, o Google ainda ampliou seu leque de ferramentas para mensuração dessas métricas, bem como incluiu novos recursos em ferramentas já conhecidas, como o Search Console e o Lighthouse, por exemplo.
Os Core Web Vitals de qualquer site podem ser analisados nas seguintes plataformas:
Google Search Console
O queridinho dos SEOs agora tem um novo relatório especialmente desenvolvido para os Core Web Vitals chamado Métricas essenciais da Web.
Ele está localizado na seção “Melhoramentos”, onde também estão os relatórios de usabilidade mobile e AMP.
Google PageSpeed Insights
A mais tradicional ferramenta disponibilizada gratuitamente pelo Google para medir a velocidade de carregamento de um site também foi atualizada para abarcar a demanda dos Core Web Vitals.
Em seu relatório tradicional, as novas métricas estarão assinaladas com uma pequena bandeira azul. Gere seu próprio relatório aqui.
Lighthouse
Em sua versão 6.0, a ferramenta nativa do DevTools, no Google Chrome, agora tem um novo performance score que inclui avaliações para os Core Web Vitals.
Veja abaixo como as novas métricas aparecem.
Chrome UX Report
O CrUX, como é conhecido, já tem um template voltado exclusivamente voltada aos Core Web Vitals.
O template foi criado voluntariamente por um usuário da plataforma e, para utilizá-lo, basta copiar, conectar sua base de dados e ter acesso a um relatório super completo!
Acesse o relatório CrUX Dashboard v2 aqui.
Extensão Web Vitals
Para medir os Core Web Vitals de um site em tempo real, baixe a extensão para Chrome Web Vitals.
Essa extensão, porém, se resume apenas às novas métricas Largest Contentful Paint, First Input Delay e Cumulative Layout Shift.
AMP, Top Stories e Page Experience
O Google também anunciou, na publicação oficial de lançamento das próximas mudanças, que os critérios para uma página aparecer na seção Top Stories, na SERP mobile, não incluem mais a obrigatoriedade de utilizar AMP.
Em outras palavras: quaisquer páginas que possuam boas avaliações nos critérios do Page Experience estarão concorrendo às posições do Top Stories, e páginas AMP competirão com páginas que não necessariamente utilizam o recurso.
Isso não quer dizer, de modo algum, que utilizar AMP tornou-se insignificante. Cada caso é um caso.
Para empresas que não têm sites rápidos (especialmente publishers de conteúdo), páginas com AMP tendem a levar alguma vantagem sobre as que não o utilizam, justamente porque o Accelerate Mobile Pages foi criado com o objetivo de ajudar as páginas a corresponderem às boas práticas de usabilidade designadas pelo Google.
Conteúdo continua sendo rei
Apesar de toda informação compartilhada sobre o que mudará no algoritmo do Google a partir do próximo ano, uma coisa não mudará: conteúdo continua sendo o fator mais importante.
A própria publicação, feita por Sowmya Subramanian, Diretora de Engenharia do Ecossistema de Search, deixa isso claro:
“Embora todos os componentes da experiência de usuário sejam importantes, priorizaremos páginas com as melhores informações, ainda que alguns aspectos de Page Experience sejam inferiores. Uma boa experiência de usuário não substitui um conteúdo excelente e relevante. No entanto, em casos onde muitas páginas apresentem conteúdo semelhante, Page Experience se tornará muito mais importante para a visibilidade na página de resultados.”
Leia mais sobre SEO para Conteúdo.
Conclusão
Contudo, podemos afirmar que quanto mais a web se desenvolve, e quanto mais o algoritmo dos buscadores se aperfeiçoa, gerar conteúdo relevante e construir sites focados em seres humanos e em como eles se relacionam com suas experiências de navegação será sempre a chave do sucesso.
O Page Experience veio para mudar a maneira como os usuários percebem estas relações, e isso não diz respeito somente aos profissionais de SEO, mas traz também a necessidade da junção de diversos times dentro de uma organização — entre eles, UX design, TI, costumer success, marketing, entre outros.
Com esta mudança, o papel do SEO e UX dentro de uma empresa também deixa de se restringir apenas à sua equipe e suas especificações técnicas e ganha uma maior responsabilidade diante de toda instituição.
A própria incorporação dos Core Web Vitals ao mindset de uma equipe passa por compreender para onde os maiores esforços devem ser direcionados, e o leque de possibilidades já aumentou.
Essa é a nova geração de otimização de sites em todo o mundo: o SEO Experience.
O que você achou as mudanças anunciadas pelo Google? Conte para a gente!
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