Robby Stein, o vice-presidente de produto do Google Search, revelou em um podcast recente que as menções em sites de terceiros influenciam diretamente como as IAs recomendam negócios.
Esta declaração valida estratégias que empresas pioneiras já implementam. Além disso, sinaliza mudanças na forma como as marcas constroem presença na internet. Por sua vez, o executivo explicou que o comportamento das IAs espelha processos humanos de pesquisa.
Quando questionadas sobre recomendações de negócios, as inteligências artificiais executam buscas no Google para identificar quais empresas aparecem em listas especializadas e artigos de referência. Esta mecânica transforma o Digital PR de tática complementar em elemento central das estratégias de visibilidade.
Enquanto isso, a evolução vai além do SEO tradicional. As otimizações convencionais focam em posicionamento nos resultados de busca, mas o novo modelo exige presença em múltiplas fontes de referência.
Como as IAs processam e recomendam conteúdo
O processo de recomendação das inteligências artificiais segue uma lógica que difere dos algoritmos tradicionais de busca. Stein revelou que as IAs utilizam a técnica chamada query fan-out. Nela, uma pergunta complexa se desdobra em múltiplas pesquisas menores.
Cada busca coleta informações de fontes diferentes, que depois são sintetizadas em uma resposta. Esta arquitetura favorece marcas com presença distribuída. Por outro lado, uma empresa mencionada em artigos especializados, listas setoriais e análises comparativas têm maior probabilidade de aparecer nas respostas. Já os negócios que dependem apenas da presença em seus próprios sites enfrentam invisibilidade neste novo ecossistema.
Além disso, o timing das menções também importa. As IAs priorizam conteúdo recente e validado por múltiplas fontes. Os estudos mostram que 85% das citações em AI Overviews vêm de conteúdo publicado nos últimos 12 meses. Portanto, a manutenção de presença editorial constante se torna requisito para a relevância digital.
Data-Driven PR: a evolução necessária
O Data-Driven PR representa uma metodologia que integra análise de dados com estratégias de relações públicas. Esta abordagem utiliza pesquisas proprietárias e insights exclusivos para criar narrativas que atraem a cobertura editorial. A diferença está na origem das pautas: em vez de eventos e lançamentos, os dados direcionam a criação de conteúdo.
Enquanto isso, as empresas que adotam esta estratégia registram resultados superiores. As campanhas baseadas em dados geram sete vezes mais menções editoriais que as abordagens tradicionais. Além disso, a qualidade dos backlinks conquistados apresenta Domain Authority médio 40% superior. Isso impacta diretamente os rankings orgânicos e a visibilidade em IAs.
Por sua vez, a implementação eficaz combina três elementos. Primeiro, a coleta sistemática de dados internos e de mercado identifica tendências relevantes. Segundo, a transformação destes dados em insights acionáveis cria valor editorial. Terceiro, a distribuição estratégica para veículos especializados maximiza o alcance e a autoridade das menções conquistadas.
GEO e branding semântico redefinem o posicionamento
O Generative Engine Optimization (GEO) surge como uma área complementar ao SEO tradicional. Enquanto o SEO busca posicionamento em páginas de resultados, o GEO visa inclusão direta nas respostas geradas por inteligências artificiais. Esta diferença demanda reformulação completa de como estruturamos e distribuímos o conteúdo.
Já o branding semântico aprofunda esta transformação. As marcas precisam definir atributos que as distinguem nos embeddings das IAs. Em vez de competir por termos genéricos, o posicionamento eficaz requer especificidade. Uma consultoria não é mais apenas “especializada em marketing digital”, mas “focada em estratégias de crescimento para e-commerces de moda com faturamento entre R$1 e 10 milhões”.
Por outro lado, esta granularidade aumenta as correspondências quando os usuários fazem perguntas às IAs. Cada atributo adicional – localização, faixa de preço, casos de uso – amplia as possibilidades de citação. A consistência entre múltiplas fontes consolida este posicionamento, criando associações duradouras nos modelos de linguagem.
A sinergia entre o Digital PR e o SEO
O Digital PR e o SEO operam em simbiose crescente, onde cada área amplifica os resultados da outra. As menções editoriais geram backlinks naturais que fortalecem a autoridade de domínio. Por sua vez, o melhor posicionamento orgânico aumenta as chances de descoberta por jornalistas e formadores de opinião. Isso cria um ciclo virtuoso de visibilidade.
Enquanto isso, os dados confirmam esta correlação. Os sites com estratégias integradas de Digital PR e SEO apresentam crescimento de tráfego orgânico 50% superior à média. Além disso, a taxa de conversão deste tráfego é 35% maior. Isso indica qualidade superior dos visitantes conquistados através desta abordagem combinada.
Por outro lado, a mensuração requer métricas para cada canal. No Digital PR, acompanhamos o volume de menções, a qualidade dos veículos e o sentiment das coberturas. No SEO, monitoramos os rankings, o tráfego orgânico e as conversões. A análise integrada revela o impacto real na jornada completa do consumidor, desde a descoberta até a conversão.
Implicações práticas para as empresas brasileiras
O mercado brasileiro apresenta características que influenciam a implementação destas estratégias. A concentração de mídia em grandes portais cria oportunidades e desafios. As empresas que conquistam presença nestes veículos obtêm vantagem competitiva, mas a competição por espaço editorial é intensa.
Enquanto isso, os setores tradicionais enfrentam transformação acelerada. As indústrias que historicamente dependiam de relacionamentos pessoais e presença local precisam desenvolver narrativas digitais relevantes. O agronegócio, por exemplo, descobre que os dados sobre sustentabilidade e inovação tecnológica geram mais cobertura que os releases institucionais convencionais.
Por sua vez, as PMEs podem competir através de especialização e autenticidade. Enquanto as grandes empresas disputam termos genéricos, os negócios menores conquistam nichos com conteúdo relevante. Uma padaria artesanal que compartilha dados sobre tendências de consumo local tem mais chances de cobertura que uma rede nacional com comunicação genérica.
Métricas e mensuração na era da IA
A avaliação de resultados evolui para contemplar novos indicadores de sucesso. O Share of Search substitui as métricas tradicionais de impressões, medindo a porcentagem de buscas de marca versus concorrentes. Esta métrica correlaciona diretamente com a participação de mercado futura. Assim, oferece visão preditiva do desempenho do negócio.
Por outro lado, a visibilidade em IAs demanda métricas próprias. As ferramentas especializadas rastreiam menções em respostas do ChatGPT, Gemini e outras plataformas. A análise inclui o contexto das citações, os concorrentes mencionados e o sentimento associado. Estas informações orientam ajustes estratégicos e identificam oportunidades de melhoria.
Além disso, o ROI do Digital PR se comprova através de análise multiatributo. Além de backlinks e tráfego direto, consideramos o impacto em brand lift, a redução de custo de aquisição e o aumento de lifetime value. Os estudos mostram que as empresas com presença editorial apresentam CAC 40% menor e LTV 25% superior à média do setor.
Preparando-se para o futuro da descoberta digital
A convergência entre o Digital PR, o SEO e a inteligência artificial representa uma mudança irreversível. As empresas que mantêm estratégias isoladas perdem relevância progressivamente. Por outro lado, as organizações que integram estas áreas conquistam vantagem competitiva no novo ecossistema digital.
Enquanto isso, a velocidade de adaptação determina a sobrevivência digital. Alguns ainda debatem a relevância das IAs, mas os líderes de mercado já reformulam suas estratégias de presença na internet.
Por sua vez, o investimento em relações públicas digitais deixa de ser opcional. Com 87% dos americanos usando IA para decisões de compra, a ausência nestas plataformas equivale a inexistência para parcela crescente do mercado. As empresas brasileiras que antecipam esta tendência se posicionam para capturar valor nos próximos anos.
Finalmente, a transformação exige mudança cultural além de técnica. As equipes precisam abandonar a mentalidade de controle total da mensagem e abraçar a natureza distribuída da comunicação moderna. O sucesso pertence às marcas que constroem narrativas autênticas, baseadas em dados reais e valor para seus públicos.