No dia 20/05, durante o Google I/O 2025, a empresa americana fez o lançamento oficial do AI Mode, a maior revolução no seu mecanismo de busca desde que foi ao ar em 1998.
Diferente de outras atualizações impactantes do passado, como o Panda, Hummingbird, Rank Brain, BERT e MuM, o AI Mode não foca em “melhorar os algoritmos de classificação de resultados”, e sim em alterar de forma significativa a maneira como consumimos e interagimos com as informações.
O que antes era uma lista composta por links azuis e features adicionais, agora virou um chat altamente personalizado, que age de acordo com a demanda do usuário — uma resposta à ascensão de modelos conversacionais de IA, como ChatGPT, Perplexity, Claude, etc.
O que é o Google AI Mode?
O Google AI Mode é um modo experimental dentro do próprio Search que acopla uma versão customizada do Gemini 2.x às camadas tradicionais de indexação e ranking: ao receber uma pergunta, o sistema executa um query fan-out simultâneo em sub-tópicos, combina resultados do índice da web, Knowledge Graph, dados em tempo real de produtos e notícias, e produz uma resposta generativa com links para exploração adicional.
Diferente dos AI Overviews (snapshot), o AI Mode prioriza raciocínio multi-etapas, comparações e multimodalidade (texto, voz, imagem), permitindo conversas de acompanhamento e até buscas por voz em live-search; quando a confiança é baixa, volta a exibir SERPs padrão, preservando o compromisso com factualidade e descoberta de conteúdo. Assim, ele representa a camada “deep research” mais poderosa do Google, sem romper o papel dos buscadores tradicionais — apenas adicionando uma interface de IA conversacional sobre eles.
Demonstrações do uso do AI Mode
Agente do AI Mode
Imagem: reprodução do texto: https://ipullrank.com/how-ai-mode-works
Como o AI Mode funciona
Ao receber uma consulta, o sistema checa o histórico de interações do usuário com outras ferramentas do Google (Gmail, Google Docs, histórico do Chrome), avalia pesquisas anteriores e também páginas que foram acessadas sobre o assunto.
Em seguida, a ferramenta faz um processo chamado query “fan-out”, criando diversas consultas relacionadas para buscar páginas que atendam a tudo que foi procurado. A patente cita que um dos fatores para a escolha do documento pode ser ele estar bem posicionado para o termo buscado, porém, apenas sugere isso, e reforça a existência de outros critérios.
Com os documentos em mãos, a ferramenta analisa que tipo de atividade o usuário está solicitando implicitamente (informação, compra, comparação, etc.), e determina qual Large Language Model (LLM ou Modelo de Linguagem Grande, na tradução) irá processar as informações. Isso porque as LLMs são treinadas com dados e objetivos diferentes para atender melhor cada tipo de demanda.
Só depois disso ela estrutura a resposta e retorna ao usuário.
Assim, estar bem posicionado nos links azuis para as consultas centrais e relacionadas é apenas um dos diversos possíveis fatores que condicionam a resposta do modelo.
Quais são as implicações do AI Mode?
O que antes era uma atividade fim para o SEO, “estar bem posicionado para as consultas relevantes do segmento”, e premissa para ter mais cliques qualificados no site, passa a ser uma atividade meio. Além disso, mesmo bem posicionado, seu conteúdo pode não ser nem usado como fonte.
Já o clique, uma das principais métricas para medir o desempenho dos projetos, passa a ser algo cada vez mais raro de acontecer, porque a plataforma retorna o conteúdo necessário direto na resposta. No caso de e-commerces, até a compra pode ocorrer sem o usuário sequer entrar no site – basta usar o Google Pay.
O que isso significa no curto prazo?
Enquanto o AI Mode não for lançado no Brasil (ainda não temos uma data prevista), a IA Overview ainda é o principal fator externo que pode impactar a retração de cliques, com estimativas apontando queda de, em média, 34%. Em termos práticos de SEO, neste momento é conveniente focar na otimização de páginas mais relacionadas à conversão ou que respondem dúvidas muito próximas às soluções que a empresa oferece.
E no médio prazo?
A tendência é que o AI Mode seja mesmo o futuro da busca e que se torne a versão padrão da plataforma. Ainda é cedo para inferirmos sobre como vamos medir resultados, de que forma teremos consciência do que está sendo mais procurado, ou se o concorrente estará melhor/pior que nós.
O que podemos afirmar com certeza é que a busca não vai morrer. Inclusive, essa é a forma que o Google encontrou para continuar sendo relevante para as pessoas.
Desde os primórdios o ser humano arquiva o conhecimento e interage com ele. Antes de Cristo já tínhamos centros de armazenamento de informações – a Biblioteca de Alexandria, por exemplo (século III A.C.). E ao longo dos milênios fomos modernizando essa relação, chegando ao cenário atual em que o processo é feito por meio de mecanismos de buscas integrados à inteligência artificial.
Como profissionais de marketing, nós utilizamos esses buscadores para realizar a missão de conectar pessoas a empresas que podem satisfazer às necessidades humanas de cada um.
E isso também não vai mudar.
Precisamos de transportes para nos locomover; de roupas para nos vestir; de um lugar para morar. E buscamos pelo que necessitamos nas mais diversas plataformas existentes.
Assim, é importante que, neste momento, nós reforcemos o papel estratégico que temos, que consiste em compreender onde o nosso público-alvo procura pelas soluções dos seus problemas, e que tipo de ações devem ser feitas para alcançá-lo, independente se é no Google, TikTok, Instagram ou em qualquer outra ferramenta.
Mais do que nunca, é preciso ser autoridade para máquinas
Em um mundo dominado pela relação do digital no cotidiano físico, as marcas também devem se preocupar em ser uma autoridade para as máquinas, já que estas passarão a fornecer informações sobre tudo que existe na web.
Isso significa que será possível uma pessoa ficar totalmente consciente dos produtos e ofertas de uma companhia sem ter interagido com o site ou rede social dela sequer uma vez até a conversão.
Só que, para isso, a empresa deve ser elegível, pelo sistema, a ser mencionada nos seus outputs, o que demandará – provavelmente até mais do que antes – de esforços de SEO.
Vale reforçar também que a mudança na ferramenta não altera o interesse dos usuários em comprar, e que, assim, precisamos trabalhar para que as marcas estejam sempre em evidência nos momentos mais importantes da jornada de aquisição.
Se você quer entender como lidar com este cenário novo e cheio de desafios, chame nossos consultores para uma análise de oportunidades.
Parabens pelo artigo não tenho dúvidas que vcs serão pioneiros nesse novo cenário e vão colher os frutos por estarem na vanguarda.